O Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA - reuniu o colegiado do Território da Cidadania do Médio Sertão na cidade de Salgadinho, no último dia 21, com a presença de 15 prefeitos; do deputado estadual Antonio Mineral; do senador Cícero Lucena; da consultora da Secretaria do Desenvolvimento Territorial, Dra. Nalfra; do coordenador de comercialização do MDA, Dr. Flávio Luna; do Dr. Alvaro Dantas, representando o governador José Maranhão; de 25 vereadores; de presidentes dos conselhos municipais de desenvolvimento rural sustentável; de presidentes de sindicatos de trabalhadores rurais; de representantes de vários órgãos não governamentais; de técnicos da EMATER; entre outros.
A reunião que tinha o objetivo de discutir a reformulação da participação dos atores que compõem o colegiado do território da cidadania do médio sertão, se transformou num palco político, com discursos inflamados. Tudo começou quando o Dr. Álvaro Dantas usou da palavra, representando o governador José Maranhão, e fez rasgados elogios ao governo Lula, com referencias a alguns programas do governo federal, como o Bolsa Família. Daí, o senador Cícero Lucena fez sérias criticas ao governo federal, enfatizando que o programa Bolsa Família tinha sido idealizado pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, afirmando que o governo Lula gastava bilhões com a mídia, para mostrar uma outra realidade do país.
Prosseguindo com a falação, o deputado estadual, Antonio Mineral, fez sérias críticas ao governo do estado, justificando que votou contra a aprovação do projeto que autorizava o governador a fazer um empréstimo no valor de 195 milhões de reais, porque esse dinheiro não iria beneficiar o povo paraibano, e que o Estado tinha nos cofres públicos uma reserva de 800 milhões de reais.
Em seguida o presidente da FAMUP, conhecido como BUBA, que também é prefeito de Picuí, fez referencias sobre a caminhada dos 3 mil prefeitos em Brasília, afirmando que o presidente Lula era insensível aos problemas enfrentados pelos prefeitos. Buba afirmou que os recursos recebidos pelas prefeituras (FPM) de janeiro a junho de 2.009 foi 32% a menos do que recebeu no mesmo período de 2.008. O presidente da FAMUP bateu forte também no INSS, condenando o fato dos prefeitos não terem acesso à forma como o cálculo das dívidas é feito, pois que, a cada mês aparece um valor diferente, sempre para mais, sem que nenhuma explicação seja dada aos prefeitos. Outro absurdo cometido pelo INSS, comentou BUBA, é a cobrança de multa por atraso, pois se o pagamento já acontece rigorosamente em dia, com desconto na fonte, como é que se cobra multa por atraso? Buba foi enfático ao afirmar com toda veemência que os prefeitos se preparassem para dar a resposta a certos deputados e senadores nas eleições de 2.010. E Buba está coberto de razão, no município de Teixeira, por exemplo, aparecem deputados na época das eleições, levam uma votação significativa e depois viram as costas para o município. A deputada Francisca Motta, do PMDB, é um exemplo, ou seja: nas últimas 3 eleições para deputada, ela foi bem votada, sempre afirmando que não trazia nada para Teixeira porque não era governo. Pois bem, hoje ela é governo, goza dos benefícios do Poder, tem prestígio junto ao governador, sabe do problema sério que o hospital Sancho Leite enfrenta, e, no entanto, não tem a sensibilidade de pedir ao governador José Maranhão que assine o convênio com o referido hospital, para beneficiar, não o prefeito, mas sim, 14 mil pessoas, mais 4 municípios circunvizinhos. Mas, com certeza, com toda certeza, no próximo ano a citada deputada estará em Teixeira em busca de votos. Quem viver verá!
Depois da falação dos oradores acima citados, a reunião foi suspensa para ser servido um almoço e uma apresentação de grupos folclóricos. No momento do almoço alguns prefeitos comentaram, reservadamente, que quem deveria falar não falou, ou seja, eles os prefeitos. Nessa nós também concordamos, foi uma grande falha cortarem a palavra dos prefeitos, afinal de contas são eles que sofrem na pele os reclames da população; são eles, maus ou bons gestores, que contribuem decisivamente com a eleição de deputados, senadores, governadores e presidente da república, que, em sua grande maioria, viram as costas para os problemas enfrentados pelos prefeitos. O fato é que os prefeitos aproveitaram o intervalo para o almoço e partiram de volta para os seus municípios, levando nos ombros o fardo pesado da crise que estão enfrentando, decepcionados por não terem aproveitado o momento para pedir apoio do colegiado, no sentido de que fosse tirado um documento para ser entregue ao presidente Lula.